Sou mãe e
essa é a parte mais feliz de mim. Nada se lhe compara... Falar sobre
isso é complicado porque é uma coisa tão minha!! Como transmiti-lo por
palavras?! Tenho tentado fazê-lo, mas fica sempre a sensação de que
nada do que possa dizer/escrever chega perto do que sinto.
É um mundo
completamente novo. Costumo dizer que a minha vida se divide em duas
eras, a pré e a pós-maternidade. Na verdade não é tanto a vida que
muda, somos nós que mudamos. Nas “vésperas” da maternidade fazem-se
contas e antecipam-se as saudades que algumas coisas vão deixar – as
férias que já não se podem fazer da mesma forma, as noitadas com os
amigos, a simples ida ao cinema, os jantares a dois, o levantar tarde e
más horas... Não demorei para descobrir que, afinal, nada disso faz
assim tanta falta. Ver a nossa existência centrada num bebê pode
parecer redutor, mas preenche-nos de uma forma surpreendentemente doce
e aconchegante. Nada é mais delicioso que os momentos que partilho com o meu filho. Nessas ocasiões poderiam aliciar-me com tudo que eu não
cederia um segundo do tempo que passo com ele. Nada nem ninguém me
devolve de forma tão inocente e desinteressada aquilo que dou. Toda eu sou
emoção. A qualquer momento do meu dia posso ser literalmente assaltada
pela doce imagem do meu príncepezinho. Pode ser imperceptível
para os outros, mas a emoção de ser mãe está sempre presente em mim.
Não sou sequer daquelas mães que falam demais das suas crianças, mas o meu filho está permanentemente na minha retina e no meu pensamento. Olhares
mais atentos podem me encontrar sorrindo de forma meio pateta e
descontextualizada. Se perguntarem, explicarei. Eu sei porque sorrio e
é quanto me basta.
As sensações
são as melhores do mundo! O quentinho do seu corpo, a forma como se
enrosca e encaixa em mim, o seu toque, o seu olhar fixo, o seu sorriso
doce... sinto-me especial por ser alvo de tanta ternura e agradeço
todos os dias por isso. Mas o melhor, o melhor de tudo, é saber que
estou apenas no início daquela que é a aventura da minha vida. A
responsabilidade é enorme, os obstáculos existem e não vivemos num
mundo cor-de-rosa. Tenho plena noção que eu sou apenas uma das inúmeras
influências/referências que marcarão a vida do meu filho. No entanto,
naquilo que estiver ao meu alcance, não falharei. O meu empenho é total
e a minha dedicação permanente. É o meu cavalo de batalha, o meu ponto
de honra, o meu objetivo – fazer da meu príncipe um cidadão exemplar
neste mundo de loucos. A minha divisa está escolhida. Parafraseando Goethe, "Ensinam-se as crianças a amar, amando-as..."